sexta-feira, 28 de maio de 2010

JIGORO KANO

Biografia

Nascido em 28 de outubro de 1860, em Mikage, prefeitura de Hyogo no Japão, terceiro filho de Jirosaku Mareshiba Kano, alto funcionário da marinha imperial, seus pais queriam que seguisse a carreira de diplomata ou político, mas Jigoro Kano preferiu o magistério, embora de personalidade marcante, possuía físico franzino, medindo 1,50 metros de estatura e pesando uns escassos de 48 kg, o que dificultava o seu ingresso na maioria dos esportes. Em 1871 com 11 anos de idade foi mandado para Tóquio para estudar o idioma inglês, então indispensável para o progresso em qualquer sentido e que, possibilitou mais tarde tornar-se professor e tradutor dessa língua e ainda montar sua própria escola em Tóquio, a Kobukan (escola de inglês).

Aos 16 anos, decidiu fortificar o corpo, praticando a ginástica, o remo e o basebol. Mas estes desportos eram demasiados violentos para sua débil constituição. Além disso, nas brigas entre estudantes, Kano era sistematicamente vencido. Ferido na sua qualidade de filho de um Samurai decidiu estudar o Jiu Jitsu. Quem lhe ensinou os primeiros passos foi o professor Teinosuke Yagi. Posteriormente, em 1877, matriculou-se na Tenshin Shinyo Ryu, sendo discípulo do mestre Hachinosuke Fukuda. Em 1879, com a idade de 82 anos, Fukuda morreu e Kano herdou seus arquivos. Tornou-se em seguida aluno do mestre Masatomo Iso, um sexagenário que possuía os segredos de uma escola derivando igualmente do Teshin Shinyo Ryu.

Continuando o seu treinamento, Jigoro Kano torna-se vice-presidente da escola. Infelizmente, Masatomo Iso, morreu muito cedo e Kano novamente encontrou-se sem professor. Contudo Kano continuou a treinar intensamente, mas um bom professor lhe era indispensável. Foi então que procurou o mestre Tsunetoshi Likugo que lhe ensinou a técnica da escola Kito Ryu. Como Kano até então só praticara sempre as lutas corpo a corpo, sempre usando roupas normais, a escola de Kito ensinou-lhe o combate com armadura. Pouco a pouco, Kano fez a síntese das diversas escolas criando um sistema próprio de disciplina, continuando, no entanto a treinar com o mestre Likugo até 1885.

Kodokan

Em fevereiro de 1882, Jigoro Kano inaugura sua primeira escola denominada Kodokan (Instituto do Caminho da Fraternidade). A Kodokan estava localizada no segundo andar de um templo budista Eishoji de Kita Inaritcho, bairro de Shimoya em Tóquio, onde havia doze jos (jo medida de superfície, módulo de tatame). O primeiro aluno inscreveu-se em 05 de junho de 1882, chamava-se Tomita. Depois vieram Higushi, Arima, Nakajima, Matsuoka, Amano Kai e o famoso Shiro Saigo (Sugata Sashiro). As idades oscilavam entre 15 e 18 anos. Kano albergou-se e ocupou-se deles como se fosse um pai. Foi um período difícil, mas apaixonante, o jovem professor não tinha dinheiro e o shiai-jo media 20m², mas a escola progrediu e em breve tornou-se célebre.

Eu estudei jujutsu não somente porque o achei interessante, mas também, porque compreendi que seria o meio mais eficaz para a educação do físico e do espírito. Porém, era necessário aprimorar o velho jujutsu, para torná-lo acessível a todos, modificar seus objetivos que não eram voltados para a educação física ou para a moral, nem muito menos para a cultura intelectual. Por outro lado, como as escolas de jujutsu apesar de suas qualidades tinham muitos defeitos - concluí que era necessário reformular o jujutsu mesmo como arte de combate. Quando comecei a ensinar o jujutsu estava caindo em descrédito. Alguns mestres desta arte ganhavam a vida organizando espetáculos entre seus alunos, por meio de lutas, cobrando daqueles que quisessem assistir. Outros se prestavam a ser artistas da luta junto com profissionais de sumô. Tais práticas degradantes prostituíam uma arte marcial e isso me era repugnante. Eis a razão de ter evitado o termo jujutsu e adotado o do judô. E para distinguí-lo da academia Jikishin Ryu, que também empregava o termo judô, denominei a minha escola de Judô Kodokan, apesar de soar um pouco longo.

— Jigoro Kano, em 1898, em uma de suas conferências
Técnicas

Jigoro Kano desenvolveu as técnicas de amortecimento de quedas (ukemis), bem como criou uma vestimenta especial para o treino do judô (o judogui), pois o uniforme utilizado pelos cultores de jujutsu, denominado hakamá provocava freqüentemente ferimentos. A nova arte do mestre tinha duas formas distintas, uma abrangia as técnicas de queda, imobilizações, chaves e estrangulamentos. Essa forma evoluiu para o esporte e a outra parte consistia nas técnicas de golpear com as mãos e os pés, em combinações com agarramentos e chaves para imobilização, inclusive ataques em pontos vitais, atemi-waza. Essa forma evoluiu para a defesa pessoal, goshin-jutsu.

Morte

Jigoro Kano nos legou vários manuscritos, nos quais em geral assinava com pseudônimos, dentre estes, um muito usado por ele era "Ki Itsu Sai" que quer dizer, tudo é unidade. Kano também era poliglota, pois falava quatro línguas além do japonês, francês, alemão, inglês e espanhol. Lamentavelmente a 04 de maio de 1938, morre Jigoro Kano de problemas pulmonares, a bordo do transatlântico "Hikawa Maru", quando voltava do Cairo, onde havia presidido a assembléia geral do comitê internacional dos jogos olímpicos. Não houve para ele tempo de assistir a Universidade do Judô, mas tinha certeza da sua perpetuação. "Quando eu morrer, o Judô Kodokan não morrerá comigo, porque muitas coisas virão a ser desenvolvidas se os princípios de minha arte continuarem sendo estudados". Jigoro Kano fundou a Kodokan com muito esforço e vontade, no começo ele não tinha dinheiro para manter a academia, mas depois vários alunos foram vindo fazer judô e assim ele conseguiu pagar a academia, e assim surgiu o judô, com o esforço e amor de Jigoro Kano!
Extraído do site: wikipédia - A anciclopédia livre.

MEU ANJO

MEU ANJO

Quando te vi meu olhar se fez penetrante
Eu e você verdadeiramente dois amantes

Pensei que estava no céu envolto entre nuvens
Mas, percebi que eram apenas lençóis brancos

Sua pele negra, sua boca, seu beijo e seu olhar
parecia que o mundo nesse instante estava a parar

para de gole em gole eu te adorar
Não pense que falarei que foi bom
Pois, ainda não encontrei uma definição

Não sei o que você está fazendo comigo
Só sei o que você fez hoje

Eu nunca mais vou esquecer
da sua pele negra, da sua boca, de seu beijo e do seu olhar.


LEONARDO SIMIÃO

(Duque de Caxias)

quinta-feira, 27 de maio de 2010

"Uma vida dividida com os mais pobres e oprimidos" Leonardo Boff recebe medalha Pedro

Ernesto na Câmara do RioCerca de 200 pessoas lotaram o plenário da Câmara Municipal do Rio de Janeiro (CMRJ) nesta segunda-feira para assistir a entrega da Medalha Pedro Ernesto ao professor, teólogo e escritor Leonardo Boff. A homenagem, que é a maior comenda do Município, foi proposta em 1996 pelo então vereador (hoje deputado federal pelo PSOL) Chico Alencar. O vereador Eliomar Coelho (PSOL) fez o requerimento para a homenagem esse ano, porém se constatou a existência da proposta 2928/2006, que já tinha sido aprovada por unanimidade. Como Boff não a havia recebido ainda devido ao silêncio obsequioso imposto pelo Vaticano à época, Eliomar tornou-se realizador da homenagem.

Estavam presentes ao evento, que durou cerca de duas horas, o Deputado Chico Alencar, o Deputado Estadual Marcelo Freixo (PSOL), Shirley Orozco, cônsul do Estado Plurinacional da Bolívia no RJ, Miguel Baldez, professor e Coordenador do núcleo de Loteamentos da Procuradoria Geral do Estado, Marina dos Santos, membro da Coordenação Nacional do MST, Tereza Cavalcante, teóloga e professora universitária. Nos intervalos das homenagens lidas e proferidas, números musicais com o Coro da Camara Municipal do Rio de Janeiro, sob a regência de Cássia Borja, além da voz de Lucio Sanfilippo, com Tiago Prata no violão.

Discursos e mensagens

Uma série de homenagens foram proferidas. O Vereador Reimont (PT), primeiro a falar na tribuna, disse que, na verdade, "a medalha é que o (Boff) recebe, a medalha é que o tem." Relatou que aprendeu com o homenageado, quando foi seu aluno de Teologia em Petrópolis, que Jesus Cristo "é mesmo libertador quando nós nos comprometemos com os pobres". Aprendeu também a tomar "um chá de povo, ir ao encontro das classes minoritárias" quando a chateação lhe chegasse.

Dos que não puderam estar presentes à cerimônia, enviaram mensagens de parabéns à Leonardo Boff os vereadores Andrea Gouvea Vieira (PSDB), Stepan Nercessian (PPS), Vera Lins (PP), Aspásia Camargo (PV), Clarissa Garotinho (PR), Carlo Caiado (DEM), Roberto Monteiro (PC do B) e Sebastião Ferraz (PMDB).

A seguir, Eliomar Coelho também homenageou Boff e antes de descrever sua biografia, declarou que a entrega da Medalha era mais que especial. "Leonardo Boff é a expressão de uma vida dividida com os mais pobres e oprimidos. Sua biografia é conhecida por todos e revela sua opção.

"O professor Miguel Valdez, que conheceu o teólogo na UERJ quando coordenava o curso de Direito Social, declarou que Boff encontra na solidariedade os fundamentos para a construção de um novo Direito. "Realmente foi um dos esteios do curso. Era um curso crítico. E para nós era fundamental contar com um homem universal como o Boff", resumiu.

Tereza Cavalcanti, grande amiga do homenageado, disse que Boff soube aproximar a Teologia do homem. "A Teologia que o Leonardo traz é uma Teologia viva, que tem força, tem sabor. Nós merecemos um teólogo como Leonardo", declarou.

"Boff é um entusiasta natural do MST", disse Marina dos Santos. A seu ver, os bens naturais estão em disputa pelo capital para garantir lucro , gerando prejuízos para a Humanidade. "Os ensinamentos de Leonardo Boff precisam ser colocados em prática, sobretudo valorizar a natureza, os bens naturais e não deixar de lado o saber-cuidar das pessoas, do conjunto da vida", concluiu.

Marcelo Freixo relembrou ter conhecido Boff em 1996 em Niterói, quando era coordenador de um projeto de educação em presídios. Ao explicar sobre o projeto, Boff disse-lhe: "trabalhar com os presos é remar contra a amnésia da sociedade". "Todos que defendem a vida, direitos humanos e educação pública beberam na fonte de sabedoria e das atitudes de Leonardo Boff", declarou Freixo.

Shirley Orozco ressaltou a atuação de Leonardo na questão ecológica. "Nunca teve tanta importância e repercussão como nos últimos tempos: a concepção dele (Boff) na linha ecológica e humanista e o paradigma da relação do Homem com a Natureza". Shirley disse também que o Brasil "foi muito bem representado por Leonardo", referindo-se a participação do Teólogo na recente Conferência Mundial dos Povos sobre Mudanças Climáticas e os Direitos da Mãe Terra ocorrida em Cochabamba no mês passado.

Em seu discurso, Chico Alencar fez referências literárias para descrever sua honra em participar do evento, citando nomes como Chico Buarque e Geir Campos. "(a homenagem a Boff é) A celebração, o culto da vida, da esperança e da persistência. Em vez do silêncio obsequioso, o verbo precioso. Em vez de qualquer repressão, de moderna inquisição, a palavra, a música que vem do coração", disse o Deputado. Chico afirmou ter aprendido com Boff algo que é um desafio para todos: "Não adianta pregar revolução se nós não nos revolucionamos cotidianamente. Fazer do necessário o suficiente e viver mais simplesmente para que simplesmente todos possam viver", finalizou.

Evento " 122 Anos de escravidão ! Para onde vamos ?

Evento “122 anos de abolição! Para onde vamos?” propõe arte e reflexão em Caxias
No dia 28 de maio, próxima sexta-feira, a cidade de Duque de Caxias irá promover, no Centro Cultural Oscar Niemeyer, na Praça do Pacificador, o evento “122 anos de abolição! Para onde vamos?”. A realização é da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos do Negro e Promoção da Igualdade Racial e Étnica de Duque de Caxias, com patrocínio exclusivo da Caixa Econômica Federal e produção da Terreiro de Idéias: Arte, Comunicação, Cultura.

A ação cultural, através de três atividades integradas, pretende potencializar a reflexão dos participantes, bem como da população, em torno das políticas públicas direcionadas à população negra, aproveitando o Dia Nacional de Denúncia contra o Racismo, lembrado no último dia 13. A ação visa ainda estimular o diálogo entre artistas visuais da cidade, que tiveram seu dia comemorado no dia 8 desse mês, promovendo atividades que integrem as obras artísticas dos mesmos à temática afro-brasileira.

Desse modo, irá acontecer um seminário, das 8h às 18h, o qual irá fomentar o debate crítico entre os participantes, com representantes significativos do movimento negro brasileiro, como o intelectual e ativista Abdias do Nascimento, indicado ao Prêmio Nobel da Paz em 2010; Muniz Sodré, pesquisador, professor da Escola de Comunicação da UFRJ e Presidente da Fundação Biblioteca Nacional; a atriz e Superintendente da Igualdade Racial, Zezé Motta; além de Oraida Almeida, representante da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República, e lideranças religiosas como Alufá Abdullahi Sanin Aleiso, líder da Irmandade dos Crioulos Africanos Mulçumanos e Iya Torodi de Ogum, Ialorixá do Ilê Asé Ala Koro Wo e Membro da Rede Iyá Ágbá.

Concomitantemente ao seminário, no pilotis da Biblioteca Municipal Governador Leonel Brizola, artistas plásticos previamente inscritos, irão participar de uma gincana que terá início durante às 8h e término às 17h. A atividade irá premiar o melhor trabalho produzido sobre o tema do evento. As inscrições estarão abertas até o dia 27 de maio, véspera do evento, para todos os artistas plásticos que queiram participar, na Escola de Artes – Secretaria Municipal de Cultura e Turismo – Praça Roberto Silveira, 31 – 4° andar – 25 de agosto / Duque de Caxias – RJ, de 2ª à 6ª, de 9h às 17h.
A premiação irá contemplar 1°; 2° e 3° lugares, da seguinte forma: 1° lugar – R$ 800,00; 2° lugar – R$ 500,00; 3° lugar – R$ 300,00.
Ao término da gincana, os trabalhos serão expostos na Biblioteca Municipal Governador Leonel de Moura Brizola durante uma temporada e, em seguida, na Casa Brasil – Unidade Imbariê.
A terceira e última ação proposta pelo evento será a abertura da exposição “África: o berço da Humanidade?”, que entrará em cartaz no palco reversível do Teatro Municipal Raul Cortez, voltado para fora, em direção à Praça do Pacificador, com escadas de acesso para o público. Quem assina a exposição é o artista Oséias Casanova, de Duque de Caxias, cujas obras já foram expostas em Pequim, Bangkok e Áustria.

A exposição fica aberta à visitação até o dia 11 de junho, sempre de terça-feira à sábado, das 10h às 17h. O evento tem entrada gratuita e é dirigido à toda a população, a movimentos sociais, bem como estudantes e professores.