segunda-feira, 27 de março de 2017

CICLO DE PALESTRAS SOBRE TEORIA DA HISTÓRIA E HISTORIOGRAFIA/ UFF 2017

Laboratório é composto por professores, pesquisadores e alunos interessados na reflexão sobre a produção do conhecimento histórico, suas matrizes teóricas e seus aspectos metodológicos.

Agência Café História
Em 2016, as historiadoras Denise Rollemberg, Francine Legelski, Giselle Venancio e Maria Verónica Secreto, professoras do Instituto de História da Universidade Federal Fluminense (UFF), criaram o laboratório ESCRITAS UFF (Escritas da História/Historiografias do Sul), interessado em fomentar a discussão no campo da teoria e da historiografia. E para iniciar as atividades do laboratório, as suas organizadoras acabam de divulgar um ciclo de palestras com a presença de professores da UFF e de convidados externos. Ele se chama “A história que se faz e que se quer fazer” e é aberto a toda a comunidade, acadêmica ou não. Não é necessário qualquer inscrição prévia. Certificados, se solicitados, poderão ser emitidos para os presentes. A ideia do ciclo, segundo as historiadoras do laboratório, é contribuir para ampliar ainda mais o espaço de discussão acadêmica no Instituto de História da UFF.

America-Invertida
“América Invertida”, tela de 1943 do artista uruguaio Joaquín Torres Garcia, é símbolo do laboratório.

A primeira mesa, que ocorre no dia 28 de março de 2017, terça-feira, na sala 1 (da Pós-Graduação), bloco O, 5o andar, no campus da UFF no Gragoatá. Ela intitula-se “Encontros e desencontros: a Escola dos Annales e a Epistemologia Histórica francesa” e conta com a participação de Tiago Almeida (USP) e Kaori Kodama (FIOCRUZ). “A história que se faz e que se quer fazer” se estende até novembro de 2017, com palestras todos os meses, com exceção do mês de julho. Entre os temas abordados estão: “História e Historiografia Atlântica” (abril), “História e Literatura” (maio), “História, ensaio e erudição” (junho), “História europeia contemporânea” (agosto), “A história da historiografia: entre o nacional e o global” (setembro), “História e historiografia: a América Latina como sujeito e objeto” (outubro) e “História Conceitual” (novembro). Para conferir os palestrantes e os horários de cada ciclo, clique aqui.
O laboratório
A coordenadora do ESCRITAS UFF, Maria Verónica Secreto, explicou ao Café História que a iniciativa do laboratório surgiu a partir de discussões entre seus colegas do departamento. Secreto destaca dois os movimentos no caminho de sua criação. O primeiro se caracteriza pelo “diagnóstico da ausência” e o segundo por uma “proposição” que buscava ter a marca da UFF. “Assim, chegamos à conclusão de que devíamos nos reunir em torno da Escrita da História como problema, não que considerássemos que esse era um aspecto descuidado entre os núcleos e laboratórios existentes – coisa difícil já que ninguém na UFF descuida a teoria ou a historiografia – mas cobrir esse espectro de forma mais explícita, sem ênfase (cronológica, territorial ou metodológica)”.
Além disso, explica a historiadora, também foi definido que a reflexão sobre o fazer história, embora “global”, devia responder a um ponto de vista “nosso”, americano, do sul global. Para simbolizar essa decisão, o grupo escolheu como símbolo do laboratório o mapa do artista uruguaio Joaquín Torres Garcia. “Se bem sabemos que a parte de cima e de baixo nos mapas são uma convenção para indicar o Norte e o Sul, a inversão ainda causa certa surpresa. Daqui a segunda parte do nome de nosso núcleo: Historiografias do Sul”.
Os temas e as linhas de pesquisa que se desenvolvem no laboratório são 1) Teoria da História; 2) Historiografia; 3) Práticas historiográficas e pesquisa empírica; 4) A História no ensino de História. Secreto sublinha ainda que o historiador Giovanni Levi, autor de do clássico livroHerança Imaterial: trajetória de um exorcista no Piemonte do século XVII, “é um exemplo modelar daquilo que buscamos nessa linha que definimos como Práticas historiográficas e pesquisa empírica, qual é a reflexão teórica e historiográfica a partir de nossa própria prática de pesquisa sobre objetos empíricos”.
Em 2017, além do ciclo de palestras “A história que se faz e que se quer fazer”, o laboratório também vai promover, entre os dias 26 e 27 de abril, a I Jornada Brasil-Argentina de Estudos Afrolatinoamericanos, em parceria com o grupo Afro-latino-América: Estudos Comparados e com o Consejo Nacional de Investigaciones científicas y Técnicas- Argentina (CONICET).

domingo, 26 de março de 2017

ESCOLA SEM PARTIDO E REFORMA DA PREVIDÊNCIA


Escola sem partido e Reforma da previdência, como fica a educação? 
Roberta Poltronieri 
Em tramitação na Câmara dos Deputados, o Projeto Escola sem Partido é polêmico. Além disso fere a LDB/9394/1996, pois, estando o professor à frente de uma sala de aula, ele tem liberdade e autonomia de concepções pedagógicas, desde que alicerçadas na Base Curricular Comum Nacional estabelecida pelo MEC (Ministério da Educação). 
Sendo assim, muitas conquistas já alcançadas ficam em jogo, punindo o professor que discutir e tocar em questões em sala de aula como, política, religião e ideologias, tornando o professor um mero reprodutor de conteúdos, sem possibilidades de desenvolver o raciocínio crítico do aluno para tais questões. Sem contar com a ameaça de não podermos mais ensinar conteúdos sobre a África e as religiões afro-brasileiras, garantidas pela Lei 10639/2003, que envolve assuntos sobre este continente e vem sendo confundido pelos proponentes do projeto como doutrinação religiosa. 
Paulo Freire no livro “Educação como prática de liberdade” nos atenta para o fato de que o homem deve caminhar para transformar o meio em que vive, ser um interferidor, para assim ter condições de modificar a realidade ao invés de ser somente um expectador. Este projeto ameaça os direitos do professor e da educação pública de qualidade, pois o próprio nome escorrega em seu sentido, dando a entender que o professor fala sobre política partidária em sala de aula. Não! As ações de um país não são neutras e a discussão democrática, de todos os pontos de vista, deve ser concebida como ambiente fomentador de aprendizagens. Isso não tem a ver com doutrinação e sim com ambientes de aprendizagens históricos e sociais. 
Não aprovada até então, a Reforma da Previdência também é muito discutida. Tal medida que o atual governo busca aprovar é um ataque aos direitos trabalhistas. Todas as pessoas, independente de profissão, região ou tempo de serviço, só poderão se aposentar aos 65 anos de idade, não havendo mais diferenças entre homens e mulheres. Esta reforma afetará gravemente os docentes, pois suprime as garantias atuais de aposentadoria, que hoje é de 25 anos de serviço para as mulheres e 30 para os homens em efetivo trabalho na educação. A discussão é longa e vai desde a culpabilização do trabalhador, que é quem carrega a produção no Brasil, até a não consideração de peculiaridades da situação dos trabalhadores no Brasil, como por exemplo no Nordeste, onde o trabalhador braçal não chega aos 60 anos de idade. Como se aposentar aos 65 anos? Absurdos e contraditórios projetos de lei estão a caminho neste governo atual. Precisamos estar atentos e não aceitar que tirem direitos adquiridos à custa de tantas vidas. Este projeto causará imensas crateras nos direitos do trabalhador brasileiro, inclusive na vida útil do professor(a), que adoece muitas vezes antes de se aposentar por falta de boas condições de trabalho. 
Algumas considerações 
Atualmente com a modernização da indústria, aumento das atividades digitais e perda de direitos já adquiridos, caminhamos para um estado repressivo e de menos chances para a população, principalmente dos meios populares, que compete de forma desigual com alunos de instituições particulares. Precisamos considerar o momento atual como uma exceção, afim de discutir e reivindicar nossos direitos de alguma forma. Sabemos que a educação pode sim transformar realidades se for semeada, e para isso precisamos lutar pela qualidade do trabalho de nossos professores e por escolas que mantém boas estruturas de atendimento. Caminhamos a passos incertos para o dia de amanhã, mas com a certeza de que é a reflexão do homem sobre si mesmo e o mundo que o cerca, que nos dará condições de enxergar novos caminhos e ajudar o mundo a ser melhor.  

Referências  
FREIRE.P. Educação como prática de liberdade. - Re.14ed. ver. atual. –Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2011. 

BRASIL. Lei No 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 de dezembro de 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm> Acesso em 10 jan. 2017. 

BRASIL. Lei Nº 10.639, de 03 de janeiro de 2003 – institui a obrigatoriedade no currículo oficial da Rede de Ensino a temática “História e Cultura Afro-Brasileira” nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares. 

*Roberta Poltronieri – Pedagoga e professora no ensino fundamental na rede municipal de educação de Ribeirão Preto. Especialista em Psicopedagogia Institucional. Email robertapoll@hotmail.com 

Fonte: https://www.pensaraeducacaoempauta.com/escola-sem-partido

sábado, 25 de março de 2017

ASSALTO AO DIREITO DO TRABALHADOR

Reforma da Previdência: um atentado à vida do trabalhador
A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287 exige que o trabalhador, seja homem ou mulher, contribua pelo menos 25 anos com o INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) e determina que o cidadão tenha a idade mínima de 65 anos para ter acesso ao benefício da aposentadoria. Para melhor entender, independentemente se você assinou a Carteira de Trabalho com 16, 18 ou 25 anos, e concluiu os 25 anos trabalhados, você não poderá se aposentar. Ou seja, o governo federal encaminhou uma proposta para o cidadão morrer trabalhando. 
A justificativa da proposta do governo Temer, em cima do relativo aumento da expectativa de vida do brasileiro, ignora as experiências profissionais das mais variadas categorias de trabalhos exercidos no Brasil. Além disso, a reforma não afeta apenas a vida do assalariado, ela gera uma desestruturação em todo sistema de saúde e assistência social. Afirmo esta prerrogativa partindo do pressuposto que o trabalhador brasileiro hoje envelhece. Porém seu envelhecimento é carregado de problemas degenerativos de saúde, caso fácil de entender ao observar o conjunto da população que sofre de problemas de pressão alta, diabetes e outras doenças cardiovasculares e/ou crônicas. Com mais tempo de trabalho, o cidadão ficará mais doente e automaticamente aumentará a fila no SUS (Sistema Único de Saúde).
Para além disso, a reforma pretende igualar a idade de aposentadoria entre homens e mulheres. Para a mulher, cotidianamente sujeita a uma dupla jornada de trabalho, no emprego formal e no cuidado com a família, o projeto da reforma previdenciária implicará em um trabalho em tempo integral e sem previsões básicas para o descanso merecido na sua eventual aposentadoria. 
A situação da juventude, em especial a juventude negra, é ainda mais delicada. No Brasil, onde a cada 23 minutos um jovem negro é morto, chega a ser cômico a obrigatoriedade de 65 anos para se aposentar. Além disso, a população negra é a primeira a ser atingida com as elevadas taxas de desemprego, o que significa dizer que é menos tempo de contribuição e, logo, mais tempo de trabalho rumo a uma aposentadoria impossível. Esse caso rememora a lei do sexagenário, promulgada em 28 de setembro de 1885, que virou uma chacota internacional porque concedia liberdade aos escravos com mais de 60 anos de idade, coisa que raramente acontecia no período colonial escravocrata do Brasil.
Outro detalhe referente à juventude é sobre o tempo de contribuição. Caso o jovem inicie a suas atividades profissionais com 16 anos, a reforma prevê uma jornada de 49 anos de contribuição para garantir uma aposentadoria integral. Isso sem contar com as prerrogativas iniciais do texto. Imagine o acumulo de problemas de saúde que um indivíduo vai ter trabalhando 49 anos na construção civil? Nos serviços de limpeza? Na metalurgia e siderurgia? E em tantas outras categorias?
Parece que o presidente da República não se atentou ao cuidado com a vida do cidadão brasileiro quando propôs a reforma da Previdência. Os cálculos apresentados não batem com as contas de contribuição, imposto sobre a contribuição e rendimento do trabalhador que contribuiu a vida toda para ter uma 3ª idade em paz. 
*Walmyr Junior é morador de Marcílio Dias, no conjunto de favelas da Maré, é professor, membro do MNU e do Coletivo Enegrecer. Atua como Conselheiro Nacional de Juventude (Conjuve). Integra a Pastoral Universitária da PUC-Rio. Representou a sociedade civil no encontro com o Papa Francisco no Theatro Municipal, durante a JMJ
Fonte: www.jb.com.br/juventude-de-fe/noticias/2017/03/16/reforma-da-previdencia-um-atentado-a-vida-trabalhador

quinta-feira, 23 de março de 2017

ENCONTRO IMPERDÍVEL !!!


ASSALTO AOS DIREITOS DO TRABALHADOR


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PATRIMÔNIO, CULTURA E SOCIEDADE - UFRRJ


Divulgando...

Universidade Rural lança seu primeiro Programa de Pós-Graduação em Patrimônio, Cultura e Sociedade

Será no próximo dia 3 de abril (2ª feira), às 19 horas, a aula inaugural do primeiro Programa de Pós-Graduação em Patrimônio, Cultura e Sociedade (PPGPACS), do Instituto Multidisciplinar da UFRRJ (campus Nova Iguaçu). 

O evento acontecerá no auditório central do IM, com a presença ilustre do professor Leonardo Barci Castriota, presidente do ICOMOS/ Brasil, organização não-governamental, associada à UNESCO, que ministrará a palestra "História e Patrimônio".

O Instituto Multidisciplinar da UFRRJ fica na Avenida Governador Roberto Silveira, s/nº - centro de Nova Iguaçu.

Em anexo o folder do evento:
PPGPACS, ufrrj, pós-graduação, pós, PPGCTA,Programa de Pós-Graduação em Patrimônio, Cultura e Sociedade, ensino, rural, interdisciplinares, comunicação,
Por Ricardo Portugal – Assessoria de Imprensa do IM - UFRRJ
"Se quiser chegar rápido, vá sozinho. Mas, se quiser ir longe, vá com muitos" (Provérbio Africano)

Otair Fernandes (21-999757332)Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ/Campus Nova Iguaçu
Prof. Adjunto do Departamento Educação e Sociedade (DES)
Programa de Pós-Graduação Patrimônio Cultura e Sociedade - PPGPaCSCoordenador do Laboratório de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Leafro/UFRRJ)
Grupo de Estudo Patrimônio e Cultura Afro-Brasileira (GEPCAfro_CNPq) 
Grupo de Pesquisa Educação e Relações Étnico-Raciais (GPESURER)
Pet/Conexões de Saberes: dialogando e interagindo com as múltiplas realidades e saberes da Baixada Fluminense/RJ