segunda-feira, 21 de agosto de 2017

EVENTO NA BAIXADA FLUMINENSE

Evento gratuito terá como palestrante o sociólogo Ignácio Cano

Promover um amplo debate sobre políticas públicas e capacitar gestores na Baixada Fluminense. Este é um dos objetivos da aula inaugural A Baixada que Queremos – Curso de Formação de Gestores em Políticas Públicas. O evento,  que terá como palestrante o professor e sociólogo Ignácio Cano, acontecerá no dia 23 de agosto, às 10h, na sala de cinema do Sesc São João de Meriti. A aula inaugural é gratuita e aberta ao público, mas os interessados devem chegar com uma hora de antecedência para se inscrever, pois o local é sujeito à lotação de 80 pessoas.

Ignácio Cano é doutor em Sociologia, professor associado da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e pesquisador do Laboratório de Análise da Violência da UERJ. Cano tem experiência na área de Psicologia Social e Sociologia com ênfase em outras sociologias, atuando principalmente nos temas: metodologia de pesquisa, políticas públicas, educação, direitos humanos, violência e segurança pública.

“A aula inaugural versará, inicialmente, sobre o conceito de políticas públicas como forma de atuação do Estado e como forma de implementação, na sua atuação em relação aos cidadãos, dos princípios constitucionais de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Falaremos também sobre o ponto de vista socioeconômico das políticas públicas e a importância de que as políticas públicas sejam precedidas de diagnósticos apropriados aos problemas e necessidades da população. Por fim, apresentaremos as dificuldades de avaliar o impacto das políticas e os projetos sociais e mostraremos, de forma resumida, as metodologias apropriadas para este fim”, adianta Ignácio Cano.

A Baixada que Queremos – Curso de Formação de Gestores em Políticas Públicas é uma iniciativa do projeto Baixada para Cima! em parceria com professores do Departamento de Sociologia/projeto de Extensão QUANTIDADOS, da Sub-reitoria de Extensão da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). O Baixada para Cima! é um projeto que conta com o co-financiamento da União Europeia, apoio da Regione Marche, e coordenação da instituição italiana Comitato Internazionale per lo Sviluppo dei Popoli (Comitê Internacional para o Desenvolvimento dos Povos) - CISP, e da ONG brasileira Se Essa Rua Fosse Minha – SER.

A aula inaugural contará como primeira aula para os alunos selecionados para o curso, que é gratuito e tem o objetivo de contribuir para a qualificação profissional de gestores e técnicos das prefeituras da Baixada Fluminense, técnicos dos CRAS e CREAS destas prefeituras, líderes comunitários da região e representantes das Organizações da Sociedade Civil. Trata-se de uma iniciativa voltada para a qualificação dos recursos humanos das prefeituras da Baixada Fluminense e sociedade civil da região, bem como um esforço de aproximação desses atores igualmente engajados nos debates em torno dos temas de educação, saúde, cultura, assistência social e juventude.

A capacitação terá carga-horária de 30 horas na modalidade presencial. As aulas serão a partir de 30 de agosto, toda quarta-feira (exceto feriado), das 9h às 16h, no Sesc São João de Meriti. A formação terá as disciplinas: Gestão em Políticas Municipais; Orçamentos Governamentais para a Sustentabilidade; Introdução à Teoria da Política Pública; Processo de Formulação de Políticas Públicas; Orientações para a Elaboração de Diagnóstico; Indicadores Sociais; Fonte de recursos financeiros; Implementação de Políticas Públicas; e Metodologia de Avaliação de Políticas Públicas.

sábado, 19 de agosto de 2017

DIA DO HISTORIADOR - 19 DE AGOSTO !

"A função do historiador é lembrar a sociedade daquilo que ela quer esquecer" (Peter Burke)
Feliz dia do historiador a todos os meus professores, amigos e a mim mesmo. Pois, fazemos da nossa luta diária, uma intervenção no mundo. Na busca do incentivo, da preservação e da divulgação da história. 

terça-feira, 1 de agosto de 2017

III MARCHA DAS MULHERES NEGRAS - COPACABANA


Por: Tiago Nascimento - 31 de julho de 2017

Empoderamento, protagonismo, orgulho, raça: a III Marcha das Mulheres
Negras no Centro do Mundo levou milhares de mulheres negras de todas
regiões do Rio para Copacabana neste domingo, 30. Quilombolas,
militantes, artistas, religiosos, trabalhadoras e estudantes
compareceram ao evento, que começou às 9 h da manhã e só terminou
depois das 20 h com feira de empreendedoras e uma roda de samba
comandada pelo grupo feminino Só Damas.

Ônibus e vans trouxeram comitivas de todo canto. Entre grupos e
organizações, também estavam famílias inteiras. A participação
masculina foi apenas no apoio ao ato – o dia era delas. O evento
seguiu tranquilo, com palavras de ordem e perfomances. Um dos momentos
mais emocionantes foi quando empregadas e babás que estavam no prédios
à beira-mar foram para as janelas acenar para marcha, recebidas com
aplausos e solidariedade. “Lugar de mulher preta é em todos os
lugares!”, bradava o carro-de-som que comandava a passeata.

Julio Barroso: ‘Todo o poder para a mulher negra’

Com as Yalorixás sempre à frente abrindo os caminhos, a Marcha das
Mulheres Negras lembrou algumas injustiças que entraram para a
história recente, como a saída da cadeia da ex-primeira-dama Adriana
Ancelmo, acusada de fazer parte de esquema de pagamento de propina que
desviou milhões dos cofres públicos e que contrasta com as milhares de
mulheres negras que têm o direito de estar perto de seus filhos negado
pela mesma Justiça que lhe concedeu liberdade.

A cantora Tia Rosa e seus netos. (Créditos: Tiago Nascimento / ANF)

– Eu espero, com a força dos Orixás e dos nossos irmãos, que essa luta
tenha um fim legal. Que nossos filhos possam caminhar tranquilamente
pelas cidades, ir tranquilamente aos shoppings e estudar. A maior
preocupação de uma mãe negra é quando seu filho sai para onde for,
seja para estudo ou para trabalho. Nós morremos um pouquinho em nossas
casas só pensando que eles podem sofrer uma agressão, uma bala
perdida. O racismo é muito cruel, o racismo mata, afirma a cantora Tia
Rosa, moradora do bairro Santa Rita, em Nova Iguaçu.

Estavam presentes as mulheres negras de Itaboraí, município que sofre
com a interrupção das obras do Complexo Petroquímico do Estado do Rio
de Janeiro, paradas desde o início da crise do Estado em 2014: “Somos
do município do Comperj, que deixou muitas mulheres desempregadas.
Hoje, nós estamos marchando pela dignidade desse povo que vive lá. Não
sabemos quando voltam (as obras)“, explica a presidente do Fórum
Permanente de Mulheres Edinéia Nascimento.

Yalorixás vieram à frente da marcha. (Créditos: Tiago Nascimento / ANF)

A luta pela liberdade de Rafael Braga, único preso das manifestações
de 2013, ganhou amplo destaque na III Marcha das Mulheres Negras no
Centro do Mundo. Rafael hoje enfrenta uma acusação de tráfico de
drogas que, segundo ele, teriam sido plantadas por policiais na Vila
Cruzeiro, onde vive sua família. Algumas personalidades femininas da
política também marcaram presença, como a ex-secretária municipal de
cultura Jandira Feghali e a primeira governadora negra do Estado do
Rio Benedita da Silva, que a todo o momento era ovacionada.

– Hoje é nossa realização, de tudo que nós, mulheres negras, estamos
construindo no país. A marcha é pela nossa realização, pelo nosso
bem-viver e pelas trabalhadoras do Estado aposentadas que estão sem
receber seus salários. A marcha é contra o extermínio da comunidade
negra, afirma Lenir Claudino, a Leninha, da Secretaria de Gênero e
Raça do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde, Trabalho e Previdência
Social do Estado do Rio de Janeiro (Sindsprev-RJ).

A organização estima que a Marcha das Mulheres Negras levou mais de
dez mil pessoas para a Zona Sul do Rio. O evento superou as
expectativas.

– Foi um sucesso absoluto. Estamos aqui contra o racismo, a
intolerância religiosa, contra a lesbofobia, feminicídio negro, o
genocídio negro, contra todo tipo de preconceito sofrido diariamente
pela população do Rio de Janeiro, em especial as mulheres negras. Já
vamos começar a construir nossa quarta marcha. Vamos marchar todos os
dias para dizer não a este governo golpista, resume Ignez Teixeira,
uma das organizadoras da marcha e membro do Fórum Estadual de Mulheres
Negras do Rio de Janeiro.
Tiago Nascimento colaborador ANF, gosto de contar boas histórias através do cinema, do jornalismo e da poesia. Também gosto de distribuir o jornal A VOZ DA FAVELA, tenho um ponto de distribuição no bairro da Glória, perto da rua Candido Mendes. Apareçam para um bate-papo.