Seremos centenas de milhares em defesa de Paulo Freire e contra a revogação do título de Patrono da Educação Brasileira.
- Instituto Paulo Freire
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No site do senado
(https://www12.senado.leg.br/ecidadania/visualizacaoideia?id=90310),
está registrada a proposta de se revogar o decreto que institui Paulo
Freire como Patrono da Educação Brasileira. Título recebido por meio da
Lei 12.612, de 13 de abril de 2012, de autoria da Deputada Federal Luíza
Erundina. Ao alcançar 20 mil apoios, a ideia se transforma em uma
sessão legislativa e será debatida pelo Senado. Até o momento, já são
quase quinze mil apoios. Não se trata de uma consulta. Trata-se de uma
proposta que só abre espaço para os apoios favoráveis à revogação da
lei. No mesmo endereço, não há um campo para os que queiram registrar
protesto a tamanha ousadia. Se não há espaço, nós os criaremos. Não
seremos 20 mil. Seremos centenas de milhares em defesa de Paulo Freire.
Não bastassem as faixas e os cartazes hasteados por época das
manifestações pró-impeachment da presidenta Dilma Roussef; não bastasse a
alteração deliberada do texto da biografia de Paulo Freire, na
Wikipédia, deturpando, enganando, violentando e desrespeitando, de
forma condenável, o legado freiriano; não bastassem todos os ataques a
Paulo Freire por parte daqueles que defendem uma Escola Sem Partido;
agora querem interditar o Patrono da Educação Brasileira. "Até que um
dia,/o mais frágil deles/entra sozinho em nossa casa,/rouba-nos a luz".
Não! Não passarão!
As considerações que são apresentadas
para justificar o pedido de revogação do título de Patrono da Educação
Brasileira são absurdas; não têm fundamento. Paulo Freire propôs uma
teoria do conhecimento que promove a educação crítica e emancipadora,
que reconhece educador e educando como sujeitos do processo educacional.
Ele propõe uma educação problematizadora, contrapondo-se à "educação
bancária", esta, sim, doutrinadora. Sua obra mais conhecida, Pedagogia
do Oprimido, continua sendo traduzida e publicada em diferentes idiomas,
demonstrando a atualidade de seu pensamento no contexto do avanço do
neoliberalismo, o qual, como ele afirma no seu último livro, Pedagogia
da Autonomia, "nega o sonho e a utopia". As contribuições de Paulo
Freire alcançaram públicos muito diversos e atravessaram tanto
fronteiras geográficas quanto fronteiras das ciências e das profissões.
Ao mesmo tempo em que suas reflexões foram aprofundando o tema que
perseguiu por toda a vida – a educação como prática da liberdade – suas
abordagens transbordaram-se para outros campos do conhecimento, criando
raízes nos mais variados solos, fortalecendo teorias e práticas
educacionais, bem como auxiliando reflexões não só de educadores, mas
também de médicos, terapeutas, cientistas sociais, filósofos,
antropólogos e outros profissionais. O doutrinador não problematiza;
impõe sua própria verdade; é sectário. Paulo Freire sempre duvidou de
suas certezas, manteve-se aberto ao diálogo, às diferenças, à
diversidade sem perder jamais sua radicalidade.
Paulo Freire
recebeu inúmeros prêmios, títulos e homenagens em todo o mundo.
Pedagogia do Oprimido é o único livro brasileiro a aparecer na lista dos
100 títulos mais pedidos pelas universidades de língua inglesa
consideradas pelo projeto Open Syllabus.
(http://g1.globo.com/educacao/noticia/2016/02/so-um-livro-brasileiro-entra-no-top-100-de-universidades-de-lingua-inglesa.html).
O acervo de Paulo Freire, que fica no Instituto Paulo Freire, é
reconhecido como patrimônio da humanidade, em nível nacional e
latino-americano, pelo Programa Memória do Mundo da UNESCO/Memory of the
World – MOW. O mesmo acervo é reconhecimento pelo Conselho Nacional de
Arquivos (Conarq) do Brasil.
Diante de sua história e de
suas contribuições à educação brasileira, à educação latinoamericana e à
história mundial das ideias pedagógicas, repudiamos veementemente a
proposta de revogação da lei que institui Paulo Freire Patrono da
Educação Brasileira (Lei 12612/2012) e conclamamos a todos a se somarem
ao Conselho Mundial de IPFs e, em especial, ao Instituto Paulo Freire do
Brasil, assinando a Carta Aberta ao Congresso Nacional Brasileiro.
#PauloFreireSempre #PatronodaEducaçãoBrasileira
Contato:
E-mail: ipf@paulofreire.org
Assunto: Patrono da Educação Brasileira
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